
A época natalícia traz sempre uma atmosfera especial, as luzes, os encontros em família e a vontade de fazer o bem despertam em muitos de nós o desejo de mudar a vida de um animal. No entanto, é precisamente nesta altura do ano que muitas associações se veem obrigadas a suspender as adopções. O motivo é simples e, ao mesmo tempo, profundamente triste. O impulso de adoptar como presente de Natal acaba por resultar, semanas depois, em devoluções que partem o coração tanto das equipas das associações como dos próprios animais.
O gesto parte muitas vezes de uma boa intenção, mas adoptar um animal não é apenas um acto de bondade momentânea. É um compromisso para a vida, requer tempo, dedicação, estabilidade emocional e financeira e a consciência de que aquele ser vai depender de nós todos os dias. É por isso que tantas associações optam por travar as adopções no Natal, protegendo assim os animais de decisões apressadas.
Eu sigo muitas associações e páginas dedicadas à causa animal e confesso que todos os dias me aperta o coração ver tantas fotografias de animais a aguardar uma família.
Cada olhar tem uma história, cada expressão carrega esperança e medo ao mesmo tempo, cada animal é bonito à sua maneira. Se pudesse, tinha um jardim zoológico em casa para lhes dar o conforto que merecem.
Muitos deles passam anos à espera, a desejar apenas alguém que os veja para além da idade, da cor do pêlo ou das marcas do passado, que esteja disposto a amar com paciência e verdade.
Ter um animal é assumir uma responsabilidade real. Temos que nos perguntar se temos tempo, recursos, disponibilidade emocional e se estamos prontos para cuidar, educar e amar durante toda a vida do animal. Não por uma fase, não por uma estação, mas para sempre.
Tomar esta decisão com consciência é um acto de amor e quando é feita com ponderação, transforma verdadeiramente a vida de um animal.
Mesmo que ainda não seja o momento de adoptar, podes fazer uma enorme diferença:
• Visitar uma associação perto de ti.
Eles precisam sempre de voluntários para ajudar em tantas tarefas do dia a dia.
• Apadrinhar um animal.
Enquanto decides se consegues adoptar, podes ajudar a cuidar de um deles, torna-te parte da história de um animal que precisa de apoio enquanto espera pela sua família.
• Contribuir com donativos, ração ou materiais.
As despesas são muitas e cada pequena ajuda melhora as condições destes animais enquanto esperam.
Pensa nos animais que aguardam, muitas vezes em silêncio, por alguém que os veja. Se este for o teu momento, adopta com o coração e com responsabilidade.
Se ainda não for, há sempre formas de iluminar o caminho deles até à família que merecem.
Que este Natal seja sinónimo de amor consciente. Para nós e para eles.

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